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Neurocirurgia

3 minutos de leitura

Neuropatia periférica: quadro pode afetar movimentos, sensações e funções automáticas

Causas tratáveis incluem doenças autoimunes
RP
Dr. Rafael Paterno Castello Dias Carneiro - Neurologista Atualizado em 17/07/2024
Neuropatia periférica

Existem diversos tipos de neuropatia periférica, com causas e sintomas variados. Indivíduos com essa condição podem apresentar formigamentos, sensação de choque, comprometimento motor, entre outras manifestações.

É importante consultar um neurologista para que o quadro seja avaliado individualmente, permitindo que o paciente receba o tratamento mais adequado para o seu caso.

O que é neuropatia periférica?

Neuropatia periférica é um termo amplo para descrever qualquer doença que afete os nervos periféricos.

Os nervos periféricos são como “cabos elétricos” que conectam o cérebro e a medula espinhal ao resto do corpo, transmitindo sinais motores, sensoriais e autonômicos. Isso significa que eles controlam os movimentos, transmitem sensações (como dor e temperatura) e regulam funções automáticas (como batimentos cardíacos e digestão).

O que causa neuropatia periférica?

As neuropatias periféricas podem ter causas variadas, incluindo:

  • Diabetes;

  • Abuso de álcool;

  • Deficiências vitamínicas (particularmente de vitamina B12);

  • Doenças autoimunes (como síndrome de Guillain-Barré e vasculites);

  • Doenças genéticas (como polineuropatia amiloidótica familiar);

  • Doenças inflamatórias (como polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica);

  • Medicamentos (como algumas quimioterapias);

  • Doenças infecciosas (como hanseníase);

  • Compressão de nervos (como ocorre na síndrome do túnel do carpo).

Também há situações nas quais, mesmo após uma investigação satisfatória, não se encontra uma causa. Assim, diz-se que a neuropatia é idiopática – ou seja, cuja causa é desconhecida.

Quais são os sintomas de neuropatia periférica?

  • Pessoas com alguma neuropatia periférica podem apresentar:

  • Dormência e formigamento nas mãos e pés;

  • Dor, queimação ou sensação de choque elétrico;

  • Fraqueza muscular;

  • Perda de coordenação e equilíbrio;

  • Sensibilidade aumentada ao toque;

  • Problemas com funções automáticas (como digestão e controle da bexiga).

Os sintomas vistos em cada paciente diferem de acordo com os nervos afetados, bem como a intensidade, que pode variar de leve a severa.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico das neuropatias periféricas é clínico, baseado nos sintomas, no histórico médico detalhado e no exame físico neurológico realizado em consultório.

Para identificar as causas subjacentes, podem ser solicitados exames de sangue e de imagem, além de procedimentos mais detalhados em casos específicos (como eletroneuromiografia e biópsias de nervo ou de pele).

Qual é o tratamento para neuropatia periférica?

O tratamento depende da causa subjacente e pode envolver:

  • Controle rigoroso de condições crônicas (como diabetes);

  • Medicamentos para aliviar a dor (como analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes);

  • Fisioterapia para fortalecer os músculos e melhorar a coordenação;

  • Suplementação vitamínica, se houver deficiência;

  • Adoção de um estilo de vida saudável (evitando o consumo de álcool e mantendo uma dieta equilibrada, por exemplo);

  • Tratamento específico para as causas subjacentes (como doenças autoimunes, doenças genéticas e doenças infecciosas).

Medicamentos

Entre os medicamentos utilizados para tratar a neuropatia periférica, estão:

  • Antidepressivos tricíclicos: alteram a maneira como o cérebro e a medula espinhal processam a dor;

  • Anticonvulsivantes: diminuem a excitabilidade dos neurônios, reduzindo a dor neuropática;

  • Analgésicos: aliviam a dor (porém, os opiáceos geralmente são evitados devido ao risco de dependência);

  • Tópicos: aplicados diretamente na pele com o intuito de aliviar a dor local.

É fundamental consultar um médico para avaliar individualmente os casos e prescrever as melhores alternativas para cada paciente.

Vitaminas

A suplementação é essencial em situações nas quais a neuropatia é causada por deficiências vitamínicas, como a falta de vitamina B12 – uma substância crucial para a saúde do sistema nervoso, e cuja falta pode levar a danos nos nervos.

Qual médico procurar?

A neurologia é a área da medicina dedicada ao estudo do sistema nervoso. Portanto, um médico neurologista é o mais adequado para diagnosticar e acompanhar quadros de neuropatia periférica.

O Hospital Nove de Julho conta com uma equipe de neurologistas altamente capacitados para avaliar pacientes, identificar as causas da neuropatia periférica e indicar a melhor abordagem terapêutica para cada situação — lembrando que até mesmo os casos que resultam de condições autoimunes ou genéticas, muitas vezes classificadas como raras, podem ser tratados e controlados.

O corpo clínico do hospital contempla ainda profissionais de outras especialidades (como endocrinologistas, reumatologistas, geneticistas, imunologistas e infectologistas) que, aliados aos neurologistas, podem oferecer tratamento não apenas dos sintomas das neuropatias periféricas, mas também das causas.

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Escrito por
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Dr. Rafael Paterno Castello Dias Carneiro

Neurologista
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